terça-feira, 1 de abril de 2008

DENGUE - GUERRA AO MOSQUITO DA DENGUE


DENGUE - GUERRA AO MOSQUITO DA DENGUE


Algumas informações importantes sobre a dengue

Febre, dor de cabeça, dores musculares, nos ossos e articulações, tonteira, prostração, vômitos, náusea, coceira – sintomas comuns a várias viroses, mas que neste momento acendem a suspeita de dengue entre os moradores do Rio de Janeiro. Não é para menos – em apenas três meses, já são quase 30 mil casos na cidade do Rio e um total de 53 mil em todo o estado este ano. Diante desse quadro, é fundamental entender o que é a dengue e saber o que fazer, seja como prevenção ou como tratamento.

Os tipos de vírus – A dengue é causada por uma linhagem de vírus que apresenta quatro tipos – Den-1, Den-2, Den-3 e Den-4. O tipo 1 provocou a primeira epidemia da doença no Rio de Janeiro, em 1986. Os tipos 2 e 3 entraram na cidade em 1990 e 2001, respectivamente. No Brasil, o tipo 4 foi detectado somente em Manaus, Amazonas, sem causar problemas, pelo menos por enquanto, no restante do país. O vírus da dengue é transmitido aos seres humanos pelo mosquito Aedes aegypti.

Reintrodução – De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde da SMS, Meri Baran, os casos de dengue no Rio de Janeiro em 2008 se devem à reintrodução na cidade do vírus do tipo 2. Isso pode explicar porque tantas crianças estão sendo afetadas, e com gravidade, desta vez: elas não estão imunizadas contra esse tipo, uma vez que não haviam nascido quando ele atacou na década de 1990.

Reinfecção – Por outro lado, muitas dessas crianças tiveram dengue do tipo 3, cuja epidemia atingiu pelo menos 120 mil pessoas em todo o estado do Rio de Janeiro em 2002. O problema é que a pessoa fica imune somente ao tipo do vírus pelo qual foi infectada, e ao ser infectada por um dos outros três tipos, pode desenvolver um quadro muito mais grave da doença. Por isso, crianças e adultos atingidos pelo Den-3 em 2002 correm risco maior agora, assim como os adultos que tiveram o Den-1 na década de 1980.

Evolução – Na maioria dos casos de dengue simples, o paciente se recupera em no máximo dez dias após o aparecimento dos sintomas. Além disso, entre 20% e 50% das pessoas infectadas não apresentam sintomas ou desenvolvem uma forma tão branda da doença que nem sabem que tiveram dengue. Porém, por ficarem imunizadas contra o tipo de vírus que tiveram, elas também correm maior risco numa segunda infecção.

De olho na temperatura – A forma grave da doença é conhecida como dengue hemorrágica e pode levar à morte. Qualquer um dos quatro tipos de vírus pode provocar a dengue hemorrágica. Um dos sintomas dessa forma grave é a queda de temperatura. Por isso, o fim da febre nem sempre é bom sinal. Quando a temperatura cai, deve-se ficar atento aos outros sintomas e, se a pessoa não melhorar logo, procurar atendimento médico imediato. Uma vez em choque, o paciente pode morrer em 12 a 24 horas.

Tratamento – A forma de tratar a dengue é a hidratação. Em casos brandos, muita água, soro caseiro, água de coco e sucos ajudam, além do repouso. Mas em muito casos e, sobretudo para as crianças, a hidratação com soro na veia é indispensável. “Criança com sintoma de dengue tem que ter ajuda médica logo, antes que a situação se complique”, alerta Meri Baran.

Cuidado com medicamentos – Não se deve, em nenhuma hipótese, tomar ácido acetil-salicílico (AAS) e seus derivados, como Melhoral e Aspirina, contra a dengue. Essa substância reduz o número de plaquetas no organismo. As plaquetas têm a função de coagular o sangue, ou seja, de estancar hemorragias. Também não se deve tomar dipirona, cujo nome comercial mais conhecido é Novalgina, porque esse medicamento pode causar queda de pressão e agravar ou mascarar os sintomas da dengue. Na dúvida, procure um médico.


Combate à dengue

A dengue, velha inimiga dos cariocas, voltou com força à cidade neste verão de 2008. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio de Janeiro divulgados em 27 de março, já foram registrados 29.889 casos de dengue na cidade do Rio este ano, com 31 mortes. E desta vez a doença apresenta duas novidades – está atacando mais as crianças e está atingindo níveis de letalidade, ou seja, de óbitos pelo número de pessoas infectadas, muito maior do que antes.

Não há medicamentos nem vacina contra a dengue. O melhor meio de combatê-la é unindo boa informação e ações de prevenção e auto-proteção. Todos têm o dever de colaborar na destruição dos focos do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, que se reproduz em locais de água parada, principalmente nas áreas urbanas. Mas é preciso também se proteger, e às crianças, com algumas medidas básicas, como não deixar a pele exposta nos horários de maior atividade do mosquito.

Já quem está com suspeita de dengue deve se hidratar, tomando muita água, sucos e água de coco, e procurar atendimento médico. Para as crianças, deve-se buscar ajuda médica imediatamente, sem descuidar da hidratação. Muitas vezes, o soro na veia é indispensável.

A superintendente de Vigilância em Saúde da SMS, Meri Baran, e o coordenador de Controle de Vetores da SMS, Mauro Blanco Brandolini, falaram ao PORTAL MULTIRIO sobre o assunto.


Guerra ao mosquito da dengue

Combater a dengue neste momento é sinônimo de combater seu principal transmissor, o mosquito Aedes aegypti. Ele gosta de viver nas cidades, onde encontra boas condições para proliferar.

Reproduz-se em qualquer lugar onde haja água parada, de preferência limpa. Por isso, é ficar atento a latas e garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d'água descobertas, pratos sob vasos de plantas ou qualquer outro objeto que possa armazenar água de chuva, mesmo que seja uma tampinha de refrigerante.

Reprodução – Uma fêmea de Aedes aegypti

Virar e esfregar – Assim, não basta virar os recipientes que acumulam água. É preciso esfregá-los com esponja ou outro utensílio que retire os ovos que podem estar depositados ali. Se a fêmea do mosquito estava infectada por vírus da dengue, a probabilidade de que os filhotes já nasçam com o vírus é grande, o que contribui para que a doença se alastre com facilidade.

Telefone – Lixo acumulado, carros abandonados, caixas d'água descobertas, piscinas e construções abandonadas podem se tornar grandes focos do mosquito, e são, atualmente, uma grande dificuldade para o controle do problema. Pelo Tele-Dengue – (21) 2575-0007, qualquer cidadão pode denunciar à Secretaria de Saúde a existência de possíveis focos do mosquito. “No caso de imóveis fechados, temos conseguido localizar os proprietários por meio do cadastro do IPTU. Eles são então convocados para fazer a vistoria com os agentes de combate ao mosquito”, explica Meri Baran, superintendente de Vigilância em Saúde da SMS.

Criadouros – Nos locais com grandes espelhos d'água, como lagos, é útil introduzir peixes larvófagos, ou seja, que comem as larvas do mosquito, como os populares peixes barrigudinhos. Mas, segundo Mauro Blanco, aproximadamente 80% dos criadouros do Aedes aegypti se encontram dentro das residências. Daí a necessidade de que a população se conscientize e participe do esforço contra o mosquito. “A vistoria diária, em nossas residências, no ambiente de trabalho e nas áreas comuns dos condomínios deve ser rotina”, preconiza a SMS.

Fumacê – Muita gente espera que seja usado o fumacê – carro que faz aspersão de inseticida pelas ruas. Mas essa não é uma medida muito eficiente, de acordo com Mauro Blanco, porque o mosquito da dengue costuma ficar dentro das residências, embaixo de mesas, cadeiras e outros móveis, não sendo atingido pelo inseticida. Além disso, o fumacê mata apenas a forma adulta do mosquito, sem afetar os ovos e as larvas. Mata também os predadores naturais do mosquito, como passarinhos, aranhas e besouros, podendo causar desequilíbrio ambiental. Daí que o uso do fumacê não é desejável e se dá apenas sob normas técnicas rigorosas.

Proteção pessoal – Na situação atual, não se pode abrir mão também da proteção contra a picada do mosquito. Evitar deixar áreas da pele expostas, principalmente os membros inferiores (pernas e pés), usar repelente, colocar telas de proteção nas janelas e portas das residências são algumas das recomendações dos especialistas. Velas de citronela, inseticidas caseiros indicados contra o mosquito, incenso, roupas brancas podem ajudar, mas não resolvem o problema.

Crianças – Atenção especial deve ser dada às crianças. Elas não devem brincar em locais próximos a terrenos baldios ou lixo, onde possa haver criadouros do mosquito. Na hora da escola, calças compridas, meias (de preferência brancas) e sapatos fechados são uma importante forma de proteção, além do uso do repelente conforme as indicações da embalagem.

coloca de 150 a 200 ovos de cada vez, sempre a poucos milimetros da água. O coordenador de Controle de Vetores da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS), Mauro Blanco Brandolini, alerta que os ovos podem sobreviver em locais secos por até 400 dias. Uma vez em contato com a água, no entanto, eles levam apenas 30 minutos para eclodir e passar à segunda fase de desenvolvimento – a larva.
Roteiro de vistoria para residências, locais de trabalho e condomínios


Fique de olho nos locais onde o mosquito da dengue pode se reproduzir e repasse essas informações para seus amigos, vizinhos e síndicos de prédios:

Canaletas de estacionamento – mantê-las desobstruídas e, se não for possível no momento, tratar semanalmente com insumo alternativo, como por exemplo a água sanitária.

Poço de elevador – eliminar toda a água porventura existente.

Calhas para escoamento de água da chuva – mantê-las desobstruídas.

Poço de água servida – mantê-lo bem tampado.

Piscinas – mantê-las tratadas com cloro.

Caixas d’água e cisternas – mantê-las bem tampadas.

Entulhos diversos – se não for possível eliminá-los, mantê-los abrigados da chuva.

Vasos com plantas – manter os pratinhos com terra ou areia até a borda, de forma a não haver acúmulo de água.

Bromélias – regá-las com uma solução de uma colher de chá de água sanitária diluída em um litro d’água.

Chafarizes, fontes e lagos – povoá-los com peixes larvófagos, como por exemplo o guppy, o acará-bandeira etc.

Ralos internos – substituí-los, se for o caso, por ralos com grelha rotativa, mantendo-o aberto apenas quando necessário.

Ralos externos, bueiros e caixas de passagem – substituir os ralos, se for o caso, conforme recomendação acima, e realizar telagem com trama fina e resistente nos bueiros e caixas de passagem.

Brinquedos – mantê-los em local protegido da chuva e, se isso não for possível, furar o fundo dos que possam acumular água.

Fonte: http://www.mundovestibular.com.br/articles/2773/1/DENGUE---GUERRA-AO-MOSQUITO-DA-DENGUE/Paacutegina1.html


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