NUTRITOTAL
Acompanhe uma seleção de textos especialmente produzidos para compor um curso sobre imunonutrição! Saiba tudo o que você precisa conhecer sobre o sistema imune humano, os imunonutrientes e as mais recentes evidências científicas sobre o uso de dietas imunomoduladoras em situações especiais, como nas unidades de terapia intensiva.
Autor: Thiago Manzoni Jacintho
Como funciona em linhas gerais o sistema imune humano?
O sistema imune, ou sistema imunológico, tem como função produzir uma resposta, com a finalidade de defender nosso organismo, contra agentes invasores (antígenos), como vírus, bactérias, fungos, protozoários ou parasitas multicelulares, ou corpos estranhos, que podem causar doenças e levar o hospedeiro a óbito se sua multiplicação ocorrer de forma descontrolada (1).
Qualquer resposta imunológica envolve, primeiramente, o reconhecimento do antígeno e, em segundo lugar, a elaboração de uma nova reação dirigida a esse elemento, com a finalidade de eliminá-lo do organismo. Os diferentes tipos de resposta imunológica enquadram-se em duas categorias: resposta imune inata (ou não-adaptativa) e resposta imune adaptativa (1,2).
Da resposta imune inata, participam células com capacidade fagocítica, como monócitos, macrófagos e neutrófilos. Estas células reconhecem, fagocitam (“englobam”) e destroem um antígeno de forma inespecífica (ou seja, não importando o tipo de antígeno), constituindo, deste modo, a primeira linha de defesa humana contra a invasão de corpos estranhos (1,2).
Já a resposta imune adaptativa tem como característica principal o reconhecimento específico de um antígeno, tendo os linfócitos como células centrais. Dentre elas, podemos destacar os linfócitos T-auxiliares. Estas, após reconhecerem um antígeno previamente fagocitado pelas células da resposta imune inata (monócitos e macrófagos), por meio do processo de apresentação de antígenos, produzem citocinas (proteínas produzidas por muitos tipos celulares, que modulam a função de outras células). As citocinas promovem a ativação de outros componentes do sistema imunológico e outro subgrupo de linfócitos, os linfócitos B, que, por sua vez, se encarregam de produzir anticorpos específicos para aquele antígeno. No decorrer deste processo, são formadas células de memória, que respondem de forma mais rápida e eficiente a uma reinfecção. (1-3).
Referência (s)
1. Male D, Roit I. Introdução ao sistema imune. IN: Roit I, Brostoff J, Male D. Imunologia. São Paulo; Manole, 1999. p. 1-11.
2. Helm T. Basic immunology: a primer. Minn Med. 2004;87(5):40-4.
3. Cassis L, Aiello S, Noris M. Natural versus adaptive regulatory T cells. Contrib Nephrol. 2005;146:121-31.
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Autora: Camila Garcia Marques
O que é e para que serve a inflamação?
A inflamação é a resposta protetora do organismo contra uma lesão celular, que pode ser iniciada por danos físicos, químicos, traumáticos e agentes infecciosos ou tóxicos. Além disso, a resposta inflamatória também cicatriza e reconstitui o tecido lesionado, em processo chamado de reparação, que ocorre no início da inflamação e conclui-se depois que a influência nociva é neutralizada (1).
A resposta inflamatória ocorre no tecido conjuntivo vascularizado e caracteriza-se por um aumento do fluxo sangüíneo para a área lesada, resultando em dilatação da artéria (vasodilatação), causando eritema (vermelhidão da pele) e calor. O aumento da permeabilidade vascular leva ao extravasamento de um líquido rico em proteína para o local da lesão, causando edema. Além dessas proteínas, há a locomoção de leucócitos, principalmente de neutrófilos, para o local da lesão. Os leucócitos, que é a família de glóbulos brancos que inclui linfócitos, monócitos, neutrófilos, eosinófilos e basófilos, ingerem, destroem e degradam corpos estranhos ao organismo (antígeno) (1,2).
1. Collins T. Inflamação aguda e crônica. In: Robbins. Patologia estrutural e funcional. 6a ed. Rio de Janeiro; Guanabara Koogan, 2000. p. 45-78.
2. Azevedo RB, Silva LP, Lemos, APC, Miyasaka CK, Laçava ZGM. Controle da resposta inflamatória por ácidos graxos. In: Curi R, Pompéia C, Kenji C. Entendendo a gordura - os ácidos graxos. São Paulo; Manole, 2000. p. 381-92.
O que são citocinas?
As citocinas são proteínas que modulam a função de outras células ou da própria célula que as geraram. São produzidas por diversas células, mas principalmente por linfócitos e macrófagos ativados, sendo importantes para o controle da resposta imune (1-3).
As citocinas dependem da ligação com receptores específicos da membrana celular para desempenharem sua função. Normalmente, há a necessidade da ação de mais de uma citocina para uma resposta imune, por isso elas agem em conjunto, formando uma rede complexa, na qual a produção de uma citocina influenciará a produção ou resposta de outras (1-3).
Se a célula que produziu a citocina for um linfócito ativado, esta é chamada de linfocina. As interleucinas (IL), atualmente numeradas IL-1 a IL-8, são citocinas produzidas por células hematopoiéticas (que formam o sangue). Outros exemplos de citocinas são: interferons (IFN), fatores estimuladores de colônia (CSF), fatores de necrose tumoral (TNF), fatores de crescimento e quimiocinas (1-3).
Os IFNs, por exemplo, agem na limitação da propagação de determinadas infecções virais. Os CSFs possuem importante papel na divisão e diferenciação das células-tronco na medula óssea e dos precursores dos leucócitos do sangue. As ILs têm muitas funções, mas a maioria está envolvida na indução de divisão e diferenciação de outras células. Cada IL atua em um grupo específico de células, de acordo com os receptores adequados para cada uma. As outras citocinas possuem funções principalmente nas reações inflamatórias e citotóxicas (1).
Referência (s)
1. Male D, Roit I. Introdução ao sistema imune. IN: Roit I, Brostoff J, Male D. Imunologia. São Paulo; Manole, 1999. p. 1-11.
2. Duarte ACG. Semiologia Imunológica Nutricional. In: Duarte ACG. Mediadores imunológicos. Axcel Books do Brasil Editora; Rio de Janeiro, 2003. p.22-36.
3. Collins T. Inflamação aguda e crônica. In: Robbins. Patologia estrutural e funcional. 6a ed. Rio de Janeiro; Guanabara Koogan, 2000. p. 45-78.
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