quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Anelídeos




Vulgarmente chamam-se anelídeos (Annelida - do latim annelus, pequeno anel + ida, sufixo plural) aos vermes segmentados - com o corpo formado por "anéis" - do filo Annelida como a minhoca e a sanguessuga. Existem mais de 15.000 espécies destes animais em praticamente todos os ecossistemas, terrestres, marinhos e de água doce. Encontram-se anelídeos com tamanhos desde menos de um milímetro até mais de 3 metros.

Anatomia

Os anelídeos são animais de corpo alongado, segmentado, triblásticos, protostómios e celomados, ou seja, com a cavidade do corpo cheia de um fluído onde o intestino e os outros órgãos se encontram suspensos.

Os oligoquetas e os poliquetas possuem celomas grandes, mas, nas sanguessugas, o celoma está preenchido por tecidos e reduzido a um sistema de estreitos canais; em alguns arquianelídeos o celoma está completamente ausente. O celoma pode estar dividido numa série de compartimentos por septos. Em geral, cada compartimento corresponde a um segmento e inclui uma porção dos sistemas nervoso e circulatório, permitindo-lhes funcionar com relativa independência.

Cada segmento está dividido externamente em um ou mais anéis, é coberto por uma cutícula segregada pela epiderme e, internamente, possui um fino sistema de músculos longitudinais. Estas características são parcialmente comuns aos nemátodos e aos artrópodes e, por isso, eles foram durante algum tempo colocados no mesmo grupo sistemático, o filo Articulata, mas estudos mais recentes revelaram que essas características devem ser consideradas como convergências evolutivas.

Nas minhocas (Oligochaeta), os músculos são reforçados por lamelas de colagénio; as sanguessugas (Hirudinea) têm uma camada dupla de músculos, sendo os exteriores circulares e os interiores longitudinais.

A maioria dos anelídeos possui, em cada segmento, um par de cerdas, mas os Polychaeta (as minhocas marinhas) possuem ainda um par de apêndices denominados parápodes (ou "falsos pés").

Na extremidade anterior do corpo, antes dos verdadeiros segmentos - a cabeça -, encontra-se o protostómio onde se encontram os olhos e outros órgãos dos sentidos. Por baixo, encontra-se o peristómio, onde está a boca. A extremidade posterior do corpo é o pigídio, onde está localizado o ânus e os tecidos que dão origem a novos segmentos durante o crescimento.

Muitos poliquetas possuem órgãos de sentidos bastante elaborados, mas as formas sésseis muitas vezes apresentam tentáculos em forma de pluma, que eles utilizam para se alimentarem. Para além disso, muitas espécies têm fortes maxilas, por vezes mineralizadas com óxido de ferro.

O tubo digestivo é bastante especializado, devido à variedade das dietas, uma vez que muitas espécies são predadoras, outras detritívoras, outras alimentam-se por filtração, outras ainda ingerem sedimentos, dos quais o intestino tem de separar a parte nutritiva; finalmente, as sanguessugas alimentam-se de sangue de outros animais, por sucção.

O sistema vascular é composto por um vaso sanguíneo dorsal que leva o "sangue" no sentido da "cauda" e outro ventral, que o traz na direcção oposta.

O sistema nervoso é formado por um cordão ventral, a partir do qual saem nervos laterais em cada segmento.

A Sabela, a Sérpula e o Espirógrafo são anelídeos sedentários, e possuem numerosas sedas. Ligam-se ao solo através de um tubo feito do líquido que segregam e a que juntam areia e pedra. O Espirógrafo apresenta, tal como o seu nome indica, a forma de espiral.

A respiração dos Anelidae ocorre através de brânqueas (Poliquetas) ou cutânea (aquetas e oligoquetas)

Reprodução

A forma de reprodução dos anelídeos varia de espécie para espécie, podendo ser tanto assexuada como sexuada. Embora as minhocas sejam animais hermafroditas, são necessarias duas minhocas para a reprodução. Elas se unem de forma a ficarem os poros masculinos de uma encostados aos receptáculos seminais de outra, possibilitando, assim, a fecundação dos óvulos pelos espermatozóides.

Fonte: Wikipédia

Sanguessugas

Uma sanguessuga é um anelídeo da sub-classe Hirudinea (também chamados aquetas) que se alimenta de sangue de outros animais (hematófago). São animais hermafroditos, não possuem cerdas e que possuem ventosas para sua fixação. São assim chamados por produzirem uma substância anticoagulante denominada hirudina. Existem mais de 300 espécies. Na região sul do estado brasileiro do Rio Grande do Sul estes animais são popularmente chamados de "chamichungas".

Morfologia

O corpo da sanguessuga é achatado e afunilado na extremidade anterior, formando a cabeça, e ainda possui a ventosa anterior que circunda a boca. A ventosa posterior está localizada ventralmente, e é maior que a anterior. Possui 32 segmentos (anéis) no seu corpo. O clitelo (uma estrutura) não é visível, exceto na época da reprodução. O seu comprimento vai de 6 a 10 cm, a maior sanguessuga do mundo é a Haementeria ghilianii amazônica que mede 30 cm. As cores mais comuns são o negro, o marrom, o verde-oliva, vermelho, e ainda existe a sanguessuga listrada ou pintada.

Alimentação

Alimenta-se do sangue das suas vítimas. Pode ingerir uma quantidade de sangue 10 vezes superior ao seu próprio volume. Ao aderir ao corpo do ser vivo de que se alimenta, segrega um anticoagulante que leva o sangue a circular sem estancar. A sanguessuga não é apenas hematófaga, muitas espécies podem ser predadoras alimentando-se de vermes, caramujos e larvas de insectos.

Distribuição e habitat

Podem ser encontradas em todo o mundo, geralmente na água doce. Existem também algumas espécies marinhas e outras que vivem na lama. Nas zonas tropicais existem espécies arbóreas que caem sobre as vítimas. Preferem lagos, lagoas, rios calmos de água quente.

Uso medicinal

Até ao século XIX, as sanguessugas eram utilizadas na Medicina tradicional chinesa medicina oriental e mesmo na medicina ocidental (nas sangrias). Hoje em dia ainda há necessidade de utilizar anticoagulantes na medicina convencional, ainda que sejam artificiais. Recentemente, as sanguessugas voltaram a ser utilizadas em medicina em casos de grandes dificuldades circulatórias em membros, com possibilidade de gangrena, visto que a sua acção sugadora força o sangue a circular, ajudando a manter vivas as células.

Porém, seu uso se restringe à medicina alternativa, já que essas técnicas exóticas não são aceitas na medicina tradicional. A eficácia destes tratamentos e outras propriedades das sanguessugas na medicina ainda são bastante pesquisadas, mas, por enquanto, não são utilizadas na medicina tradicional.

Poliquetas

Polychaeta é uma classe de anelídeo que inclui cerca de 8.000 espécies de vermes aquáticos. A grande maioria das espécies é típica de ambiente marinho, mas algumas formas ocupam ambientes de água doce ou salobra. O nome deriva do Grego poly + chaeta que significa muitas cerdas, numa referência às cerdas que lhes cobrem o corpo. Muitas espécies de poliquetas são coloridas e algumas são mesmo iridescente. Os poliquetas distribuem-se na coluna de água desde a zona intertidal até profundidades de 5.000 metros. No conjunto, os poliquetas medem 5 a 10 cm de comprimento em média, mas há espécies com apenas 2 milímetros e outras que atingem 3 metros.

O sistema digestivo dos poliquetas é bastante variável, de acordo com os diferentes tipos de alimentação observados pelo grupo. A respiração faz-se sobretudo por trocas gasosas directamente através da pele, que tem extensões que servem a função de brânquias. O sistema excretor é igualmente variável de acordo com a espécie, podendo ser constiuido por um único par de tubos excretores ou um par por segmento.

Os poliquetas são animais dióicos e a reprodução é geralmente sexuada. Na maioria das espécies a fertilização é externa e ocorre na água, dando origem a larvas de vida livre. Em alguns casos observa-se fertilização interna ou a deposição dos ovos fixos a objectos através de muco. A libertação de óvulos e esperma dos poliquetas faz-se de noite e está correlacionada com as fases da lua. Algumas espécies reproduzem-se através da forma palolo, uma forma de metamorfose.

A classe é geralmente dividida em dois grupos: Errantia e Sedentaria. Como o próprio nome indica, os poliquetas errantes têm vida livre seja nadando na coluna de água ou como organismos bentónicos móveis. A maioria das espécies deste grupo é predadora de pequenos invertebrados ou detritívora. Têm cabeça, olhos funcionais e tentáculos sensoriais. Os poliquetas sedentários estão adaptados para viver permanentemente em tubos escavados no substrato ou fixos a rochas. São na maioria dos casos organismos detritívoros ou filtradores.

Taxonomia

Taxonomicamente, pensa-se que os poliquetas sejam parafiléticos. Grupos que se assumem ser descendentes dos poliquetas incluem as minhocas, as sanguessugas, os Sipunculídeos e os Echiura. Os Pogonophora e Vestimentifera eram anteriormente considerados em filos separados, mas são actualmente considerados na família Siboglinidae.

Grande parte da classificação abaixo segue o sistema de Rouse & Fauchald, 1998.

3 comentários:

Unknown disse...

Olá!

Muito bacana seu blog!
Sou criador de isca para pesca. Você conhece alguma tecnica para criação sanguessugas em cativeiro?
Um grande abraço.

Warley Vinicius
warley_sm@yahoo.com.br

Anônimo disse...

Olá adorei seu blog.Estou fazendo um trabalho sobre o filo dos anelídeaos.Achei bacana.OK!!!

Anônimo disse...

Olá adorei seu blog.Estou fazendo um trabalho sobre o filo dos anelídeaos.Achei bacana.OK!!! pamelacristinelp@gmail.com