Encontrados em ambiente terrestre, marinho e dulcícola, os anelídeos (do latim annellus: anel) são vermes de corpo alongado, cilíndrico e dividido em anéis, também chamados de segmentos ou metâmeros (do grego meta: sucessão, meros: parte).
A metameria (divisão do corpo em metâmeros) apresenta-se tanto externamente como internamente, uma vez que cada anel abriga diversos órgãos individualizados (nervos, estruturas, musculares, unidades excretoras, etc.).
As minhocas, as sanguessugas e as nereides são exemplos de anelídeos.
Características gerais dos anelídeos
Os vermes desse grupo têm as seguines características:
- possuem simetria bilateral e são triblásticos;
- possuem sistema circulatório, pela primeira vez na escala evolutiva dos animais. O sangue desloca-se por um sistema fechado de vasos e contém pigmentos respiratórios dissolvidos no plasma. Na minhoca, o pigmento respiratório é a hemoglobina, responsável pelo transporte de 40% do oxigênio utilizado pelo organismo;
- o corpo é revestido por um epitélio simples que secreta uma cutícula delicada, protegendo o organismo contra a desidratação;
- a parede do corpo contém uma musculatura bem desenvolvida e capaz de permitir o desenvolvimento do animal;
- o sistema digestivo é completo, com boca e ânus;
- muitos têm respiração cultânea, isto é, as trocas gasosas entre o organismo e o meio são efetuadas através da pele. Outros, que vivem em ambiente aquático, respiram através de brânquias, filamentos delicados dotados de vasos sanguíneos que, por difusão, retiram O2 dissolvido na água;
- a excreção é realizada por estruturas denominadas nefrídeos, que eliminam os excretas através de poros que se abrem na superfície do corpo.
Classes dos anelídeos
Muitos anelídeos possuem cerdas quitinosas, estruturas existentes na parede do corpo e que, expandindo-se e retraindo-se, conferem, respectivamente, aspecto liso e áspero ao animal. Esses movimentos das cerdas, associados à ação muscular e nervosa, participam do mecanismo locomotor.
As três classes em que se dividem os anelídeos são determinadas de acordo com a presença ou não de cerdas. Assim, os anelídeos podem ser classificados em:
- poliquetas (do grego polys: muitos; chaeta: cerdas);
- oligoquetas (do grego oligo: poucos);
- aquetas (prefixo a: não, sem) ou hirudíneos.
Veja o quadro:
Classes | Características | Exemplos |
Polichaeta (poliqueta) | marinhos (maioria), dióicos, de fecundação externa e desenvolvimento indireto, com larva denominada trocófora | Eunice viridis (palolo) Nereis sp. (nereide) |
Oligochaeta (oligoqueta) | terrestres e dulcícolas, monóicos, de fecundação cruzada e externa (minhoca) e desenvolvimento direto | Lumbricus terrestris (minhoca) Pherentima hawaiana (minhoca- louca) Glossoscolex giganteus (minhocoçu) |
Achaeta ou Hirudinea (aqueta) | terrestres ou aquáticos, monóicos, de desenvolvimento direto | Hirudo medicinalis (sanguessuga) |
Reprodução
Muitas espécies de anelídeos possuem uma estrutura denominada clitelo, que participa da reprodução.
O clitelo produz um casulo, dentro do qual são eliminados os óvulos maduros. O casulo, então, desliga-se do clitelo e desloca-se; ali, recebendo espermatozóides de outra, ocorre a fecundação dos óvulos. Assim, apesar de hermafrodita, a minhoca realiza fecundação cruzada.
Após a fecundação, o casulo separa-se do corpo. Em seu interior, os óvulos fecundados se desenvolvem e originam minhocas jovens sem estágio larval, o que caracteriza o que se chama de desenvolvimento direto.
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